Sonhar com férias em Fernando de Noronha, um fim de semana em Gramado ou uma viagem internacional durante o verão é algo que muitos brasileiros carregam o ano todo. Mas, assim que chega a alta temporada — julho, dezembro, janeiro, feriados prolongados —, os preços disparam, a demanda explode e a sensação é de que só quem tem um orçamento de luxo pode aproveitar.
A boa notícia? Viajar na alta temporada sem gastar fortunas é totalmente possível. Com planejamento inteligente, flexibilidade e algumas estratégias bem simples, você pode garantir uma experiência incrível sem comprometer suas finanças.
Neste artigo, vamos te mostrar como driblar os preços altos, encontrar ofertas reais (não “promoções” fictícias), escolher destinos menos óbvios (mas igualmente encantadores) e ainda manter o conforto e a segurança. Você vai descobrir que inteligência financeira e desejo de viajar podem andar lado a lado — mesmo nos períodos mais concorridos do ano.
Pronto para planejar sua próxima escapada sem culpa no cartão de crédito? Vamos lá!
Planeje com Antecedência — Mas Não Muito Cedo
Muita gente acha que “quanto mais cedo reservar, melhor”. Embora isso funcione para algumas situações, em alta temporada o ideal é buscar um equilíbrio.
Reservar com 3 a 6 meses de antecedência costuma ser o “ponto doce” para voos e hospedagens. Nesse período, as companhias aéreas e hotéis já lançaram suas tarifas reais, mas ainda há disponibilidade suficiente para garantir preços mais justos.
Se você reservar com 12 meses de antecedência, corre o risco de:
- Encontrar tarifas promocionais que logo desaparecem;
- Não ter clareza sobre sua situação financeira futura;
- Perder ofertas melhores que surgem mais perto da data.
Já deixar tudo para a última hora, em alta temporada, quase sempre resulta em preços inflacionados ou até indisponibilidade total. Um estudo da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (ABRAT) mostra que voos reservados com menos de 30 dias de antecedência na alta temporada custam, em média, 40% a mais.
Dica prática: defina um orçamento realista, acompanhe os preços por 2 a 3 semanas (use alertas de preço em sites como Google Flights ou Skyscanner) e compre assim que notar uma tendência de alta.
Escolha Destinos Menos Concorridos (Mas Igualmente Incríveis)

Um dos maiores segredos para economizar na alta temporada é repensar o destino. Você realmente precisa ir para o mesmo lugar que todo mundo escolhe? Ou há alternativas tão boas quanto — e muito mais acessíveis?
Por exemplo:
- Em vez de Fernando de Noronha, considere Porto de Galinhas (PE) ou Praia do Forte (BA) — praias lindas, infraestrutura turística e preços bem mais amigáveis.
- Em vez de Gramado no inverno, que tal Campos do Jordão (SP) ou São Bento do Sapucaí? Menos lotado, charme similar e custo menor.
- Para o exterior, troque Paris ou Lisboa por Porto (Portugal), Valência (Espanha) ou Budapeste (Hungria) — cidades europeias com grande valor cultural, mas menor demanda brasileira.
Além disso, explore regiões próximas ao seu destino de sonho. Quer ir à Serra Gaúcha? Veja opções em Canela ou Nova Petrópolis, que costumam ser mais baratas que Gramado. Quer praia no Nordeste? Considere Maracajaú (RN) em vez de Pipa.
Por que isso funciona? Menos turistas = menos pressão sobre preços. Hotéis e restaurantes em destinos secundários ainda buscam atrair visitantes, então oferecem pacotes mais competitivos — e o atendimento costuma ser mais acolhedor.
Portanto, antes de fixar o destino, faça uma lista de 3 opções alternativas. Pesquise custo de voo, hospedagem média e atrações. Muitas vezes, a diferença de preço paga uma excursão extra ou um jantar especial!
Viaje em Dias “Fora do Pico”
A alta temporada não é um bloco sólido de caos e preços altos. Existem janelas dentro dela — dias menos movimentados que fazem toda a diferença no bolso.
Por exemplo:
- Em dezembro, voar antes do dia 20 ou depois do dia 27 costuma ser mais barato que na semana do Natal;
- Em janeiro, a segunda quinzena (após o Réveillon) tem preços mais acessíveis, especialmente a partir do dia 15;
- Em julho, fugir das primeiras duas semanas (quando as férias escolares começam) pode reduzir custos em até 30%.
Outra dica poderosa: voe às terças, quartas ou sábados. Esses dias costumam ter menos demanda, mesmo em alta temporada, o que reflete em tarifas mais baixas.
Dica prática: use o modo “calendário de preços” do Google Flights ou do site da companhia aérea. Ele mostra, em cores, os dias mais baratos para viajar. Às vezes, mudar a data em apenas 2 dias reduz o valor do voo pela metade.
Além disso, considere viajar à noite. Voos noturnos são menos procurados e, consequentemente, mais em conta — e, como bônus, você chega descansado no destino!
Hospedagem Inteligente: Mais Conforto, Menos Custo
O gasto com hospedagem é um dos maiores em qualquer viagem — e na alta temporada, pode triplicar. Mas existem formas de dormir bem sem pagar um absurdo.
Considere alternativas ao hotel tradicional:
- Airbnb ou outras plataformas de aluguel por temporada: especialmente vantajoso para famílias ou grupos. Cozinha = economia em refeições;
- Pousadas familiares: muitas oferecem café da manhã caseiro, dicas locais e preços mais justos que redes hoteleiras;
- Hostels com quartos privativos: sim, eles existem! E muitos têm excelente localização e limpeza impecável.
Use estratégias de reserva:
- Compare preços em pelo menos 3 plataformas (Booking, Airbnb, Decolar, site direto do hotel);
- Verifique se o cancelamento é gratuito — dá mais segurança caso surja uma oferta melhor;
- Leia comentários recentes, especialmente os com fotos reais dos quartos.
Outra ideia subestimada: hospede-se um pouco fora do centro. Em cidades pequenas ou litorais, muitas vezes a diferença é de apenas 5 a 10 minutos de carro — mas o preço cai pela metade. E se você alugar um carro (ou usar Uber), o deslocamento não será um problema.
Dado relevante: segundo uma pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV), turistas que usam acomodações alternativas em alta temporada economizam, em média, 35% em relação a hotéis convencionais — sem perder em qualidade.
Economize nas Refeições Sem Perder o Prazer Gastronômico

Comer fora todos os dias pode consumir rapidamente seu orçamento — principalmente em destinos turísticos na alta temporada. Mas isso não significa viver de miojo!
Dicas práticas para gastar menos com comida:
- Escolha hospedagem com cozinha ou micro-ondas — você pode preparar café da manhã e lanches;
- Compre frutas, pães e frios em mercados locais (muito mais barato que lanchonetes de praia);
- Experimente comer como os moradores: restaurantes afastados dos pontos turísticos costumam ter preços justos e comida autêntica;
- Almoce fora, mas jante algo leve no quarto — o jantar costuma ser mais caro, e você estará cansado para sair.
Evite armadilhas comuns:
- Bares na orla com “cardápio turístico” superfaturado;
- Restaurantes com garçons na porta convidando turistas — geralmente são os mais caros;
- Bebidas alcoólicas em excesso, que inflacionam a conta rapidamente.
Importante: não se prive totalmente. Reserve um ou dois jantares para experimentar a culinária local — faz parte da experiência! Só planeje com antecedência: pesquise avaliações no Google ou TripAdvisor e escolha dias com promoções (como “noite da pizza” ou “happy hour”).
Use a Tecnologia a Seu Favor — Sem Cair em Golpes
Hoje, temos mais ferramentas do que nunca para encontrar ofertas reais — mas também mais “promoções falsas”. A chave está em usar a tecnologia com discernimento.
Ferramentas úteis (e gratuitas):
- Google Flights: com alertas de preço e modo de mapa para comparar destinos;
- Hopper ou Skyscanner: prevê a melhor data para comprar passagens;
- Aplicativos de cashback (como Méliuz ou Rakuten): devolvem parte do valor gasto em hotéis e passagens;
- Grupos de viagem no Telegram ou WhatsApp: muitos compartilham ofertas relâmpago verificadas.
Por outro lado, desconfie de:
- Sites desconhecidos com descontos absurdos (ex: passagem internacional por R$ 199 em pleno Réveillon);
- “Pacotes imperdíveis” que não mostram nome do hotel ou cia. aérea;
- Links encurtados ou mensagens com urgência exagerada (“só hoje!”).
Dica de ouro: sempre finalize a compra no site oficial da companhia aérea ou plataforma confiável. Nunca pague por depósito direto ou PIX para “garantir vaga”.
Conclusão: Alta Temporada Não é Sinônimo de Gasto Excessivo
Viajar na alta temporada não precisa ser um privilégio de poucos. Com planejamento consciente, flexibilidade criativa e um pouco de pesquisa, é possível desfrutar de férias memoráveis sem comprometer seu orçamento.
Ao longo deste artigo, vimos que:
- Antecipação equilibrada evita preços de última hora;
- Destinos alternativos oferecem experiências tão ricas quanto — por menos;
- Dias estratégicos dentro da alta temporada podem gerar grandes economias;
- Hospedagem inteligente e alimentação consciente preservam seu bolso sem sacrificar o prazer.
Lembre-se: o objetivo da viagem não é impressionar, mas viver. E viver bem não depende do quanto você gastou, mas da qualidade das experiências que construiu.
Então, na próxima vez que pensar “não dá pra viajar agora, está tudo muito caro”, pare e pergunte: “Será que estou olhando só para o óbvio?”
E você — já conseguiu viajar na alta temporada gastando pouco? Conte nos comentários qual foi sua melhor dica de economia! Sua experiência pode inspirar outras pessoas a realizarem seus sonhos de viagem — mesmo em julho ou janeiro. 🌴✈️

Fernando Oliveira é um entusiasta por viagens e gastronomia, explorando novos destinos e restaurantes em busca de experiências únicas. Apaixonado por liberdade financeira e alto desempenho, ele alia disciplina e curiosidade para viver de forma plena, cultivando hábitos que impulsionam seu crescimento pessoal e profissional enquanto desfruta do melhor que o mundo tem a oferecer.






